Ainda o meu pai

A reclamação que fiz:

 "Boa tarde,

Venho por este meio efectuar uma reclamação sobre o atendimento na urgência geral, nomeadamente no atendimento na triagem e respectivos equipamentos.

Dirigi-me com o meu pai, XXXX  (que se encontra em internado em infeciologia, piso X, cama XX), à urgência geral no passado dia 11 de Outubro pelas 14h. Ele estava muito fraco, debilitado e com uma grande infeção no olho.

Pedi ao segurança uma cadeira de rodas, pediu-me para procurar na urgência, lá andei à procura e encontrei uma sem apoio para pés, de notar que o meu pai não conseguia andar e muito menos levantar os pés.

Lá conseguimos chegar à urgência e a chamada para a triagem até foi rápida. Na triagem expliquei à enfermeira que era doente oncológico e que estava bastante debilitado. Referi, inclusive, que se vissem o ultimo hemograma que fez no vosso hospital teriam a confirmação do que eu estava a dizer.

IGNORARAM TODAS AS MINHAS INFORMAÇõES! Não mediram tensão arterial, não mediram febre, não perguntaram se tinha dores (a infeção no olho era bastante grande), não fizeram o mínimo para o por confortável, NADA.

 Anexo a foto do olho do meu pai para confirmarem o que aqui digo.  

Atribuíram pulseira verde e disseram para ir para oftalmologia. Sem ajuda de ninguém (a cadeira de rodas não tinha apoio para pés), porque apesar de explicar a situação não deixaram a minha mãe entrar para ajudar.

Na oftalmologia tivemos mais de 3  horas à espera do médico, sem qualquer informação. Com certeza o médico estaria noutra urgência, mas ninguém sabia dizer nada. Além do meu pai, doente oncológico e bastante debilitado, estava uma grávida e um menino com varicela.

Ao fim de tanto tempo, ele começou a sentir-se mal na cadeira. Perguntei se o podíamos por numa maca. Houve uma auxiliar (ou enfermeira) que nos arranjou uma maca, que não descia, nem travava. Agora expliquem-me como se passa uma pessoa de uma cadeira de rodas para uma maca, nestas condições!?

Tivemos a sorte de ter alguns utentes/doentes à espera que nos ajudaram. Uns travaram a maca e outros ajudaram-nos a pô-lo.

Penso que não é este o atendimento que se espera de um hospital. Não é esta a falta de respeito pela pessoa, pelo doente. Posso até perceber a dificuldade nos meios mas o não ouvir as queixas, o não tentar colocar a pessoa confortável não é admissível. Penso que a pulseira verde também foi atribuída "à balda". 

Se na triagem é para olhar e atribuir uma pulseira sem fazer mais nada, então é completamente desnecessária.

No SO e agora no internamento, excetuando a falta de higiene e limpeza das instalações do 6.º piso, o atendimento, quer dos enfermeiros, quer dos médicos ou restante pessoal é excelente.

Atentamente"