Sou a favor, sempre fui. Considero um acto de amor e compaixão acabar com o sofrimento quando é certo que não há nada a fazer.
A imagem do meu pai naquela cama durante aqueles dois dias não me sai da cabeça. Aquela debilidade, aquele sofimento de saber que se está totalmente dependetnte, com fralda, a ser alimentado por terceiros. Sem força e com muito frio. Certo que não tinha dores físicas mas aquele corpo encolhido em posição fetal, já sem forças e sem vontade de falar, é vida?
A medula já não fabricava as plaquetas, hemoglobina, glóbulos brancos e não existia qualquer tratamento que pudesse retardar esta falência.
Só havia sofrimento e tristeza. Não era isso que ele queria, nem eu. Mas mesmo que eu fosse contra vê-lo a agonizar daquela maneira, aqueles gemidos... seria obrigada a respeitar.
Porque se trata disto, de respeitar a vontade de outros, independentemente da vossa. Amor também é isto!